quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

REENCONTROS...














Hoje, espero o dia do reencontro,
dia que verei o sorriso dele, o sorriso dela...
Lembro do carinho, da amizade, da cumplicidade...
Corria...corria para os braços deles sempre...

Hoje, corro nas lembranças...
caminho pelos sorrisos...
pelos encantos...
pelos abraços...
pelos afetos...
pela saudade...

Me esculpiram do amor mais sincero...
E eu...eu cheguei aqui!
E não troco este momento por nada neste mundo...
Me deram a vida e vivo de sonhos...

E saio dançando pelos caminhos...
E lá eu os encontro...
Sorrindo...dançando...
Por mais um dia...
por mais um ano...
por toda a vida...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

SONORIDADE














Interrompa o silêncio,
solte as palavras,
me acompanhe esta noite...

Sorria, gire, perca o fólego,
ponha seus sonhos em um recipiente...
Translucidos serão eles na voz do silêncio.
Eu cantarei cada palavra por você...

Silêncio comprometido...
Palavras que não calam...

Derrube o muro da separação...
Derrame sentimentos reais...
Grite, fale até se esgotar...
Grite olá...aqui estou!
Com palavras verdadeiras e doces...
Sinais...falas...gestos...
Me acompanhe esta noite...

domingo, 21 de dezembro de 2008

SUAVEMENTE
















Como desdobrar o amor...
O que eu não sei se sei,
eu queria tanto...
Gostaria de poder sentir o desdobramento,
ninguém te alertou nem mesmo eu...
Como desdobrar o amor...
Eu olho você todos os dias,
enquanto minhas palavras choram suavemente...
As suas palavras se esgotam...
E as minhas choram...choram...choram...
Suavemente...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

LISTRADA



















Sentada, listrada, olhando pro nada...
Depois...sorrindo pelas entrelinhas inspiradas no poeta...
Entrelinhas dadas de presente...sonhos...encantos...
Era uma vez...
Contos de fadas...
Contos e fatos...
Cantos e laços...
Cantos e passáros

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ontem, Hoje e Sempre...








Os teus olhos não me encontram,
nem os meus os teus...
Toda vez que eu me virava,
lá estava a imagem admirada...
Um sorriso...ah o sorriso...
largo, alto, firme e terno...
Me alegra quando lembro...
Ainda vejo você passando na minha frente,
imponente, cabeça erguida, forte...
Sua força se fazia a minha...
Força sedutora de uma paixão...
Minha mente fantasia...
Eras o que conheci de mais belo...
mais lindo...mais eterno...
Tão presente e tão ausente...
Estampa da vitrine dos meus olhos...

domingo, 14 de dezembro de 2008

No contexto da paixão...



















Parada ali, no meio do salão... tudo ao redor gira, gira, gira....
Mundo gira sem perdão e não para...
Me deixa tonta e me joga no contexto da paixão...
Dilacerada...
Torta...
Invejada...

Mundo...gira, gira, gira...
Me faz acreditar ou esquecer para sempre...
A lembrança do nunca...
A loucura...
Plenitude...

E quando estiver bem tonta a ponto de cair,
me deixe embriagada de realidade...
Me faça sentir...
A dor...
O amor...
A cura...
Me deixe ficar...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

EU VI!


















Um dia eu vi um poeta...
Me trouxe alegria...esperanças...vida!
Me trouxe olhos, boca e nariz, para sentir...

Um dia eu conheci um poeta...
Ele esteve aqui e ali...
Em todos os lugares que eu vi...

Me deu sentido...
Sorriso...
Chorei...
Sofri...
Ele está aqui!
E ali...
Em todos os lugares...
E parti...pra ti
Hoje vejo o poeta...
Ele mora aqui!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

ESCREVE



















Talentos vagueiam...
alucinam...
esquecem...

As letras que existem,
queimam a alma...
Aquecem o frio...
Cicatrizes...

Sentir...
Saudades...
Quem escreve...
para quem escreve...
o que escreve...
Escreve...

Não desaparece...
Mesmo que eu seja a última a ler
e a primeira a incendiar...
Nas páginas que ficam... e nas que virão...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Busca Sem Fim













O poeta e a poesia na distância,
são como tesouros de palavras raras e preciosas,
que procuramos...procuramos...procuramos...
em uma busca sem fim, um significado para tudo...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mundo Cor de Rosa

















"No meu mundo encantado...
só vale ver um mundo cor de rosa...
mesmo que for pálido ou carregado...
tem que ser rosa!"

[Cmoon]

domingo, 30 de novembro de 2008

PERA


















Não é Mangueira,
é só uma Pera...
Madura...
meio dia...uma... duas...

De sobremesa vai ter torta,
mas não qualquer torta...
Pode também ser geléia ou compota,
doce fibra...saborosa!

Suave, suculenta, delicada e perfumada...
Textura incomparável...
Bonita e apreciada...

Vai ter Pera...
Vai ter doce...
Vai ter geléia e compota...
Vai ter torta...
de pera verde e rosa

sábado, 29 de novembro de 2008

Eu e Ela...EU!













A senhorinha, descia a ladeira segurando nas grades de um prédio...
De sapatinho baixo, meia elástica, vestido de lã, casaco, apoiada na sua muleta, parou por alguns instantes...
Eu olhava para ela, quando ela me olhou...
Olhos... nos olhos...
Não desviei o olhar...
Fiquei completamente presa na sua expressão...

Eu e Ela...Ela e Eu...

Segundos me levaram para o futuro...
Sua rugas ficaram minhas...
Senti a vida vivida em cada marca...naquele olhar...
Não era triste, nem feliz...era apenas um olhar vivido...
Me fixei nela... ela sorriu para mim...
Senti que ela entendeu aquele momento...
Assim como eu...
Me olhei no retrovisor do carro...
Vi algumas pequenas marcas iniciando o meu futuro...
Uma retrospectiva me fez chorar e sorrir...
Desejei meu futuro assim...
Com muitas marcas...rugas..e vida vivida...
Eu e Ela...
Eu!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

COLORIR














Lembrou, perfeito!
Aquele mundo e as poucas horas...
Lembrou de como ele era...
O que fazia...era puro encanto...
Nas poucas e loucas horas sem dormir...
Fechava os olhos...sua presença...
O mundo inteiro ficava perfeito...
Nada cansava...distração...
Se vestiu, soltou os cabelos e se perfumou...
Chovia...abriu a porta e saiu...
Foi ao encontro de sua lembrança e coloriu...

sábado, 22 de novembro de 2008

A SOMBRA



















Eramos duas...
Eu e minha sombra...
Destacada de mim,
companheira...
Vê o que eu não vejo quando está por traz de mim...
Eu respiro e ela inspira...
Me deixa solta, independente...
Mas fica aprisionada em mim...
Eu quase não a vejo...
Mas ela me vê o tempo todo...
Apesar de duas, somos uma...
E sem luz nenhuma, quase não fico...
Mas com o sol somos sempre duas..
Eu e minha sombra...
Eramos duas...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

TEU JEITO, MEU JEITO










Pude olhar seus olhos tão perto dos meus...
Tão grandes, negros...
São os olhos do poeta...
Tão apaixonado por coisas e causas...
Coisas que encantam mais do que a própria vida...
Coisas que emocionam também a mim...
Coisas que te confundem...
Mas também te fazem feliz...
Basta uma pincelada...
E você se enche de cores...
Queria te ver assim...
Cheio de esperanças de dias melhores...
É só desejar que lá estará...
Seus sonhos...
Tão inesperado...
Teu jeito de ser...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SUSPIROU



















Simples assim:
Saudades não tem fim!

domingo, 16 de novembro de 2008

ESTRANHO AMOR












Eu nem sabia mais do tempo...
Suas palavras tão convincentes faziam de mim uma criança...
A partir deste momento...
O tempo será meu e seu...
Os meus olhos tocam suas palavras...
Palavras que já não são tão fáceis assim...
E dos textos que escolhi, serei eternamente sua...
E você adormecido nos seus devaneios, pensamentos, sentimentos...
respeitarei seu momento...
Quero apenas a palavra da sua mente que completa a minha,
Minhas palavras serão para dizer...
Que serei eu a felicidade em corpo e alma...
Quando eu ver você chegar devagar e me abraçar...
Com as letras de seu punho...
É isso que importa agora,
Cada vez que tocas o teclado...
És o meu coração que tocas...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

IDAS E VINDAS















Tentei mudar mas quis ficar...
Deixei partir...deixei ficar...tentei mudar...
Mudei... quando não mudei nada...
Deixei de ser e acabei sendo...
Fiquei por querer mudar...
Já não conseguia mais ficar...
E também partir...
Você veio e me levou...
Sorriu, partiu...chegou...ficou!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ENCONTRO MARCADO













Finalmente marcaram um encontro.
Ele já estava sentado em uma mesa no canto esquerdo do café, quando ela chegou.
Perfeito, pensou.
Ao lado da mesa uma parede de vidro, vista para a rua, jardim, era noite...pena estar cheio o local...
Ficou o admirando da porta da entrada, ele virava o celular na mão, inquieto...seu rosto estava iluminado naquela meia luz...
Tomou coragem e seguiu até a mesa, quando chegava perto, ele, com um olhar distraído, cruzou o olhar com o dela...
Por um momento, todos que lá estavam desapareceram, era só ele e ela...sorriram...suspiraram!
Ela se sentou na frente dele, ainda com o sorriso nos lábios, ele dirigiu a primeira palavra...
—Não acredito que você veio...
Ídem!
Uma chuva forte molhava a vidraça ao lado da mesa, o cheiro da grama molhada chegava até eles dando todo um clima para aquele momento...só os dois...um encontro...
Ela contou toda a sua história com ele...
Num determinado ponto da conversa, a mão dele alcança a mão dela...que estava fria de ansiedade...ele aqueceu suas mãos...
A chuva...o aroma de café...a grama molhada...o salão vazio por um momento...o olhar apaixonado...
Levantaram e se dirigiram de mãos dadas a porta de saída...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Encontros e Despedidas...












Assim era o relacionamento entre eles dois,
nenhum toque, nada...mas também nem precisava.
Quando se olhavam era fatal, ardente, sem lógica e determinante.
Não admitiam a possibilidade de tornar realidade
o que já era realidade...
Cada um...que são dois...
...e viraram um...
Os olhares...sim aqueles olhares...
Tiveram a sensação da eternidade em suas mão...
...em seus lábios...em suas canções...
O silêncio...mais uma vez o silêncio...
Se fez roubando toda a sua atenção...

sábado, 8 de novembro de 2008

SORRIR












Sorrir...
Ligeira contração dos músculos faciais, tão simples e tão fácil!
Dar esperanças...
Achar graça...
Dar significado a um agrado...
Agradar e ser agradecido pelos sentidos...
Sensação boa...leve...
Qualquer ar sofredor será eliminado com um simples sorriso...
Sorrir...
pétalas, flores, amores...
Sorrir...estar aqui...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

SINGULAR










O sistema nos faz acreditar que somos descartáveis...
A "vida" vivida... diz que não...
Somos singulares...
Na própria existência e na do outro...
do outro e do outro...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

VISÃO











Não sou poeta,
mas as palavras não se calam...
Nem mesmo sei quem sou,
mas vivo intensamente...
Descubro todos os dias algo novo que me tira o fôlego...
Não entendo,
mas compreendo...

Não sou deste mundo mesmo que eu queira fazer parte dele...
Não tenho poder sobre minha própria vida...
Não sei dizer todas as palavras que explodem dentro de mim...

Mas sei que tudo é passagem rápida por caminhos sem fim...

domingo, 2 de novembro de 2008

Ao (Poeta)









Quando alguém que escreve se torna poesia operante,
as cores do dia mudam...
...mudam para emocionar o dia...(rir ou chorar)
...mudam caladas e coloridas...(vibram no olhar)
...chegam próximas de uma plantação de flores...(os sonhos)
...brancas, laranjas, amarelas, vermelhas e violetas....
...no campo verde do poeta...(plenitude)
...operando em mim, linhas finas desenhadas pelos seus sonhos e tornando maiores ainda os meus...(realidade)

sábado, 1 de novembro de 2008

Limite tem Limite















O limite é um estado de conciência
para atingir uma meta conciente...
...caso contrário, toda a criatividade será tolída
se o limite não tiver limite...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

ABISMO











Enquanto todos caminhavam em direção ao abismo...
Ela se culpava por amar tanto...
Sabia que ainda era a única a não saltar...
Seus pés estavam cravados na rocha dos seus sonhos...
Tudo desmoronava, tudo, tudo, tudo a sua volta...
Só o amor continuava intacto...
Ele a mantinha presa na sua rocha...
Nunca pediu nada...
Nunca falou nada...
Somente sentia cada momento como se fosse único...
O abismo levou um a um...todos se foram...
Menos ela que acabou solitária naquele penhasco...
Ela e seu triste sonho...
Ela e a sua loucura...
Ela e sua desventura...
O vento batia em sua face...
As lágrimas caiam dos seus olhos que mal piscavam...
Gotas escorriam pelo seu corpo anunciando o fim...
Gotas molhavam a sua face adormecida na ilusão, da ilusão...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

CONDIÇÃO








Se eu desistir...
...não saberei quem fui e o que sou...
Se eu não desistir...
...saberei que foi por amor
Se eu não fizer nada...
...tomarei a dor como condição infinita
do descanso fracassado...
Se...

domingo, 26 de outubro de 2008

A PENA














Ela voou no vento que a levou para bem longe...
Sem identidade, assumiu um disfarce...
Como o azul do céu parecia o mar,
a pena mergulhou fundo... profundo...
virou peixe e se destacou nas águas azuis do mar...

sábado, 18 de outubro de 2008

VITRINE









Alguém que vi de passagem...
tinha faces da beleza desconhecida...
beleza de vida...
beleza de ser e de se reconhecer...
Apesar das muitas faces, eu só via uma...
Aqueles olhos que me olhavam...
que passavam por mim...
era ele...
o modelo da vitrine intocável, desejável e amado...
Resolvi oferecer meus olhos como espelho de sua face...
no meu verso, depois de passar...
você estará sempre lá...
mesmo que no reflexo do seu olhar...
lá... eu não estiver mais...
Aqueles olhos, diziam mais de mim do que pensei...
pelo ângulo...
o olhar...
e me deixei levar...
Reflexo de minha existência...
que preservo...
e sempre estará...
no verso do meu olhar...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

NuvENs










Afundou os pés...
Era macio e refrescante...
Fazia frio...
Ela não se importava...
já compartilhava daquele momento...
E com o frio inevitável,
Se fez amiga do inevitável...

Olhou para os seus pés, estavam eles,
cobertos por uma substância
macia, branca...azulada...

Sabia que era alto demais seu paradeiro...
Talvez, nunca mais saísse dali...
Talvez, fosse apenas um sonho de algodão...
Talvez, fossem nuvens de verdade...
Talvez... quem sabe?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Amanhã e Depois

O meu "ver" será hoje e sempre...
sem jamais cansar...
E diria até amanhã...
e depois de amanhã...
e depois, de depois de amanhã...

domingo, 12 de outubro de 2008

DESTINOS CRUZADOS











Se ninguém tivesse medo...
Ela não tinha medo, nem dos seus próprios fantasmas...

Desceu do carro, o abandonou em plena Avenida,
subiu no primeiro ônibus que passava...
olhou para todos que lá estavam,
sorriu...e ganhou alguns sorrisos também...

O ônibus parou, ela desceu...

Viu moradores de rua sentados na calçada do viaduto,
crianças brincavam...
foi até lá, sorriu para eles e ganhou sorrisos também...
Sentiu-se tão bem...
jamais tinha sentido aquilo na sua alma...
não tinha mais tempo a perder...
sentou-se ao lado deles e começou a falar...

Descobriu então... o seu destino ali...

Nunca mais retornou a sua vida...
não pensou em mais nada, apenas sorriu...
Nunca mais deixou de sentir e caminhar,
apenas seguiu...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

LONGE








Não foi por mau...
ela só queria caminhar e respirar ar puro
e se atolou na lama...
Não tinha a intenção...
ela já não queria entender mais nada,
estava cansada...
Perdas...
Despedidas...
Preferia a solidão do seu silêncio...
O que dificultava tudo,
era o amor que estava lá...
bem dentro dela...
e explodia com a respiração ofegante...
Ela abafava e disfarçava...
Não foi por mau...
O seu silêncio trouxe a saudade...
o dia cinza e úmido...
e o amor que mal cabia nela...
Ela levantou-se da cadeira,
com os passos firmes...
olhou para o nada...
Andou, partiu, sumiu...

domingo, 5 de outubro de 2008

Olhos Negros

Naquele dia ela soube,
que se aqueles grandes olhos negros
olhassem dentro dos seus,
estaria condenada para sempre a tal felicidade do amor...
Quando se ama... simplesmente ama...
O silêncio ecoa o amor noite a dentro...
e a solidão acompanhada das lembranças,
vai ao encontro daqueles grandes olhos negros...

sábado, 4 de outubro de 2008

PRIMAVERA














Minha imaginação corre solta entre troncos de árvores...
Árvores secas de inverno...
Aos poucos, o colorido vai surgindo....
É primavera...
Branca, azuis , amarelas...
laranjas, lilás, vermelhas...

Caminho sem contar os passos e não olho para trás...
Infinito verde que me enche os pulmões,
Avisa que estou passando...
Indo...
Sumindo...
Me achando...

Infinitos são os troncos que vejo pela frente...

Gotas das folhas verdes,
caem sobre meus ombros...
Ninguém por perto...
Só eu e a multidão de árvores...
e suas raízes me prendem ali para sempre...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

PELAS FRESTAS








Fragmentos de uma ilusão que vem e que vai...
Minha vontade é de olhar
a sua pessoa, que me leva até você...
Não sabe...
Desconhece!
Doce ilusão que corre e percorre,
meus sentidos...

Minha alma é errante,
meus desejos também...
Mas como são seus e de mais ninguém...
serão os meus também...

Estarei condenada a olhar para sempre
entre as frestas...
E lá, o verei como ninguém...
Sua alma....de olhos grandes e negros...

Levo comigo as sombras da noite,
minguada pela lua...
Levo a luz do dia que é sua...
e deixo que ela me ilumine...

sábado, 27 de setembro de 2008

FATO

Ela não entende!
Quem entende?
Você se foi...
e continua tão presente...
Quando pensa que acabou...
tudo é recomeço...
ela deixa...
ala vai...
e depois volta atrás...
ela se perde...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Dia e Noite, Noite e Dia












Tens um calor intenso,
que me faz brilhar...
És o dia, és a luz...
Eu sou a noite refletida,
brilhando no céu
da sua face...

Quando a tardinha chegar,
sei que estará por lá...
me aquecendo,
me adorando...
e eu não o verei...
pela magia do encontro,
dia e noite, noite e dia...

E quando o dia chegar,
irei partir para você voltar
e brilhará como nunca,
desejando me encontrar...

Eu sei quem você é
e sabes quem eu sou...
Dia e noite, noite e dia...
Sempre serás o sol
e eu sempre serei a lua...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

NA CONTRAMÃO










Ele pegou o violão e a mochila... de calça jeans, jaqueta de couro e chinelo...entrou num ônibus de viagem partindo para o desconhecido...
A sede de ganhar o mundo fez ele esquecer de tudo e de todos...
O tempo passou, agora ele é homem feito e voltou...
A casa que ele morava não existia mais, no local construíram um enorme prédio, que por ironia do destino, levava o nome de sua família...sentou-se na calçada e ficou admirando o nome do edifício...lembrou de suas histórias naquele local... respirou fundo... viu que a vida passou...
Para onde foram todos? Aqueles rostos? Seus pais, irmãos, parentes e amigos? Todos aqueles que um dia fizeram parte dele, onde estavam todos...?
Com um nó na garganta....levantou-se atordoado...passou a mão pela cabeça, colocou seus óculos escuros, pegou a mochila, acenou para o ônibus e retornou pela contramão...

domingo, 21 de setembro de 2008

PORTAS e JANELAS














Eu costumava olhar...
Você também...
Agora não vejo nada...
As portas abertas se fecham...
Mas ainda alcanço as janelas...
E elas me trazem você...
Você passa e não me vê...
Mas eu vejo você...
Então você sorri para mim...
Me deixa a vontade...
Me diz para eu entrar e eu vou...
As portas se abrem...
Me diz para eu ficar e eu fico...
Não quero mais voltar...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

OLHAR











Olhar...
Olhar sem direção,
que vagueia...
Me deixa ser...
Apenas serei...
E quando alguém passar,
vai sorrir...
Vai deixar lembranças por aqui e por aí...
E poderei eu chorar de tanto olhar...
E se disser que feriu, eu vou mentir...
Prefiro sorrir...
Vai achar que está bem assim...

Quem pensa que tudo é retorno se engana...
O retorno é se dar...
Apenas amar...
Aquele que tem medo de ser amado,
por vergonha, por medo, por retribuir...
Seja lá como for...
Vai enxergar quando alguém passar e sorrir...
Afinal, será da mais pura qualidade de ser...
Aquele que passar...

Ser...apenas ser de sentir...
Vai deixar sem medo algum...
Ser amado pelo olhar...
E virá correndo encher os olhos de sorrir...

Serei eu, a vigia dos meus olhos...
Serei eu, que vou te ver passar...
Talvez, serei eu a passar sempre por lá...
E simplesmente olhar...
Sem medo de me deixar amar...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

POR ONDE ANDAS?








Para onde foram todas as letras...
Para onde foi a minha visão, meus sentidos...
Não negue, a palavra escrita...
São para todos os olhares...
A dor de não ver é triste...
Se o silêncio dói e corroe...
Pior ainda é negar a palavra que traduz a poesia...
Aquela que toca a alma...
Poesia se faz de várias faces...
A minha face é a escrita do poeta...
O choro de minha alma que não o vê...

domingo, 14 de setembro de 2008

O LIVRO











Parou o carro e olhou ao redor, o cheiro de grama molhada entrava pelas suas narinas refrescando seus pulmões...o verde intenso das árvores e dos pinheiros de várias espécies desenhavam o cenário para ela...
Desceu do carro, a direita ficava a recepção da pousada que serviria de refugio para os seus textos...
Lá estava dona Lucinda, proprietária daquela maravilha...sorriso nos lábios, cabelos ruivos, estatura mediana e curvas bem arredondadas...pessoa bem humorada e generosa...
Dona Lucinda a tratou como se já a conhece-se de longa data...
—Querida, seja bem vinda, temos algumas cabanas desocupadas, pode escolher onde quer ficar...
— Sim, claro, vou dar uma volta para ver o local...
Caminhou acompanhada por um rapaz, ágil e bem falador... Nuno era seu apelido, fez ela entrar em todas as cabanas e dava detalhes do lugar que dizia respeito a ela... achou estranho a tal afinidade entre eles e prosseguiu...ela tinha a sensação que as pessoas já a conheciam...avistou uma cabana perto do riacho onde a varanda dava para uma corredeira que atravessava a fazenda...
— Perfeito Nuno, ficarei aqui!
E lá foram eles buscar a bagagem...
Depois de arrumar todas as suas coisas, sentou-se na varanda e fez um reconhecimento do local que ficaria por um bom tempo...pelo menos o tempo necessário para ter a história do seu novo livro...toda vez que ela iniciava uma história, mau começava, jogava o arquivo fora... achava que não teria repercussão, as histórias eram pouco comerciais, exatamente o que a editora para quem trabalhava não queria...era difícil para ela entrar neste mundo literário... então por onde começar?
Passaram alguns dias e nenhuma inspiração...nenhum texto...
Numa manhã cinzenta e muito fria, ela levanta da cama.. tremendo, liga o chuveiro deixando o banheiro completamente nublado e quente...tomou seu banho reconfortante, colocou um roupão e foi para a janela...não conseguia enxergar quase nada, apenas alguns poucos galhos dos pinheiros que ficavam em torno de sua cabana...se agasalhou e saiu para a varanda úmida e lá sentou-se com uma xícara de chá bem quente...pensou sobre sua vida e fez uma análise daquele momento tão íntimo com ela mesma...
Seus olhos perceberam a presença de um estranho...homem alto, claro, aparentando meia idade...
— Bom dia, disse ele com um cachecol cobrindo parcialmente o rosto.
— Olá, você também está hospedado aqui na pousada?
— Não, eu moro aqui a muitos anos...veio conhecer a nossa cidade serrana?
— Também, mas vim a trabalho...aceita uma xícara de chá?
— Não obrigado, na verdade eu preciso falar com você...
— Pois não...achou meio estranho e continuou...sobre o que quer falar?
— Sobre nós, disse ele com uma voz firme...
— Sobre nós? Como assim?
— Você é exatamente como nos meus sonhos, talvez um pouco mais solitária...
— Ok, acho melhor continuarmos esta conversa num outro momento, agora vou precisar trabalhar...desconfiada, não queria mais nenhuma conversa com aquele sujeito...
Ele sorriu um sorriso misterioso e se retirou...
—Passar bem...disse ele, como se prevê-se o seu desconforto.
Aquele diálogo deixou-a transtornada, se recolheu para dentro da cabana, deitou-se um pouco na cama e adormeceu...
Mergulhou num sono profundo até atingir o estado dos sonhos...(ela se via como uma criança, de vestido branco e cabelos compridos presos por uma fita branca...andava por perto de uma corredeira, escorregou e cortou sua mão em uma pedra...neste momento aparece um garotinho de bermuda azul e camiseta branca...ele se aproxima e com a ponta de sua camiseta ele limpa o sangue de sua mão)...assustada, ela desperta olha para os lados e respira fundo...
Era ela no sonho, um sonho que a muito tempo não tinha... um sonho que mexia com seus sentimentos mais profundos...
Relacionou o sonho com o homem que falou com ela a pouco...
Levantou-se e foi atrás do sujeito para tentar entender o que ele queria dizer...
Ele estava sentado em um banco perto da corredeira...
— Olá, pensei bem e gostaria que continua-se o que estava tentando falar para mim...
— Sente-se, não precisa ter medo eu não mordo...
— Você não acha que é atrevido para falar com alguém que mau conhece?
— Mas eu conheço você muito bem...
— De onde? Nunca vi seu rosto antes...
— Eu sou o garoto dos seus sonhos...
Ela levantou-se completamente assustada...
— Como sabe sobre o garoto do meu sonho? Quem é você?
— Sou o seu destino...você me pertence!
Se recuando para trás, na tentativa de se livrar daquele lunático procura alguma explicação para o que estava acontecendo...
— Não sei quem você é e não quero mais ouvir conversa fiada...seja claro!
— Por que você tem medo de mim? Eu vim para levá-la comigo, estou fazendo o que você me pediu estes anos todos...
— Eu não pedi nada...se afastando, rapidamente...ela cai na corredeira...
— Socorro, por favor eu não sei nadar, me ajude...
Ela olha para os lados apavorada...não vê mais o homem e sim o garoto dos seus sonhos...ele se aproxima, estende a mão para ela e a retira da água...atordoada, confusa...vê que o garoto também tinha desaparecido...
Nunca entendeu o que aconteceu naquele dia...
Um ano depois, lançou seu livro " O garoto dos meus sonhos"...que foi reconhecido por vários autores famosos e fez um grande sucesso em vendas.
Nunca mais ninguém soube nada sobre ela...

sábado, 13 de setembro de 2008

FÓRMULA (vazio)








O vazio é a determinante de uma situação da procura sem encontro...
A soma de tudo o que você imagina que viveu...
Multiplicado de sonhos e fantasias...
Elevado ao querer da saudade...
Ao cubo da falta que faz...
Igual ao que ninguém pode explicar.

V(azio) + V(iver) x S(onhos)2 = E(xplicar)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

IR

Ir adiante...
Ir além...
ser intensa e verdadeira...
A alegria que contagia,
tanto eu quanto você...
E começa o dia...
E dar sentido a vida...
A poesia e ao poeta...
Sentir o conforto de um sorriso,
de um abraço,
com palavras...
com respeito...
com silêncio...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

PAIXÃO










Ela já mais pensou que pudesse amá-lo tão intensamente, muito menos que ele corresponderia aquela paixão com a mesma intensidade...
Saiu correndo pelo quintal, subiu a ladeira, fugiu dele e de seus sentimentos...estava apaixonada pelo marido de sua prima.
O casal ia todos os dias visitar a sua mãe que estava de cama, sempre no mesmo horário, às 17:00 horas.
Ela já não suportava mais a tortura diária de vê-lo, sabia que era algo impossível...seus sonhos...aquele sentimento tão doloroso...
Subiu o morro mais alto da região e sentou-se no gramado...ficou olhando a cidade lá de cima, esperando o momento que eles fossem embora para ela retornar a sua casa...
Sozinha...completamente só...o silêncio absoluto...somente os cantos dos pássaros...minutos depois...um novo som surge...eram passos...se virou rapidamente com um certo medo...quem seria?
Era ele...pensou ofegante...
Como assim? O que ele estaria fazendo ali no seu refugio? Aquele homem que roubava suas noites de sono...sua tranquilidade...
Por um momento achou que estivesse delirando...
Ele chegou bem perto dela... encostou os dedos nos seus lábios... e finalmente seus lábios tocaram os dela...
Ela estava paralizada, com medo, em pânico...respirou fundo e perdeu os sentidos...
Ele carregou ela até sua casa e sem dar explicações, colocou-á no sofá da sala...
Uma correria começou na casa para tentar socorre-lá...
Despertou...meio confusa, vê o rosto dele e compreende que algo havia mudado entre eles...ela já não estava mais só naquela paixão que apertava seu peito...
E sem um adeus...ele chamou sua esposa e se dirigiram para a porta da rua...na porta, ele olha para ela...e com lágrimas escorrendo pelo rosto, sorri o sorriso mais lindo que ela já tinha visto...
No fundo do seu coração...ela sabia que depois daquele dia, nunca mais o veria novamente...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ó pedaço de mim...

Ó pedaço de mim...
Que não se retira e invade a noite que é sua...
A noite que é minha e me derruba no dia...
Ó pedaço de mim...
Dorme e descança na procura sem fim...
Eu não sei onde encontrar...
Ó pedaço de mim...

sábado, 6 de setembro de 2008

Eu só quero cantar pra você










Era pra ser só um texto... mas virou uma canção...
Agora só falta produzir e fazer a melodia...ai que difícil!!!

Abra sua porta e ouça a minha canção...
A letra é simples, tudo bem...
Eu só quero cantar pra você...

Antes eu olhava e sabia que você estava lá...
Agora o som se dispersa no meu jardim secreto...
E você se foi para dias melhores...
Dias melhores pra você e pra mim...

A distância aumenta o volume...
Ficamos perto demais...
Eu sempre soube e você também...
Você não sabe ficar...
Eu também não sei...

A canção tocou triste desta vez...
E todos acordaram para ver...
A letra é simples e lá está você...
E você me vê...
Do jeito que você imaginava...
A canção tocou seu coração...
E você me vê...

Diz que quer dançar...
Mas eu não sei dançar...
Eu só sei cantar pra você...

Sem melodia, a gente espera...
Ela virá mais cedo ou mais tarde...
A letra diz que você sabe a melodia...
Então cante esta canção...

Eu só quero cantar pra você...
E você se foi para dias melhores...
E você se foi para dias melhores...
E você me vê...
Do jeito que você imaginava...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

SABIA...

Sabia tudo sobre ele...
Só não sabia, que não sabia, nada sobre ela mesma...
E continuou...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Flutuou...












Flutuou na sua tempestade
até que surgiu o sol...
Aquecendo seu coração e seus pulmões...
Intenso, profundo...
Respirou...
O vento soprou...
Se deixou levar...
Se deixou cantar..

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O tempo passou...










Ela não sabe o por quê...
O tempo passou...
Sua paixão aumentou...
O dia acabou...
O poeta se foi...
A noite se foi...
A sua dor...
A sua lógica...
O seu amor...
Todos partiram...
Menos seus sonhos...
Menos a saudade...
Menos a esperança...
Seu encanto lhe encorajava...
A seguir...
A sorrir...
A dizer olá...
Quem sabe amanhã...

Olhos de jabuticaba

Para o poeta que nunca vai saber que ganhou um poema…

[este poeminha tímido, de minha autoria, foi publicado no blog cmoonlua.blogspot.com]

Dia desses, eu vivi uma cena inesquecível
Vai ficar em minha retina para sempre
Os olhos, o sorriso, a seriedade e a simpatia do seu rosto.
Tão autêntico!
Espontâneo, sincero, da vontade de olhar para sempre...os olhos de jabuticaba
Olhar que penetra o coração adormecido
Me faz lembrar tanto…o desejo de vivenciar o tempo perdido…pelo olhar dos olhos de jabuticaba
Um olhar que mistura a infância com a maturidade
Somos menos exigentes e mais abertos aos sentimentos
Chegou e ocupou todos os espaços…aqueles olhos de jabuticaba
Quanta emoção!
Emoção…você me faz sentir!
Só você pode me emocionar como você faz
Olhos de jabuticaba, sorriso largo e gostoso de se ouvir, me solicita um afago e um agrado.
Que emoção…impossível conter as lágrimas, quando olho… nos olhos de jabuticaba.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Senti, o meu sentir...

O meu sentir me leva até você...
E você está lá...
Chego tão perto...que fujo de mim...
Só para te colocar, assim... por inteiro!
Nas entrelinhas do meu ser...
Ser eu...
E você...

domingo, 31 de agosto de 2008

O Som da Canção...













A frequência com que Rosalia ouvia aquela música, tornava seus dias mais vividos como se fosse o último dia de sua vida...
Tinha 85 anos, como ela mesma dizia, bem vividos...
Ficava na varanda de sua casa em uma cadeira de balanço...gostava de bordar, mais sua visão não lhe ajudava mais...decidiu então, estudar os cantos dos passáros ...haviam muitos pássaros por lá...passava grande parte do dia afinando seus ouvidos, que ao contrario de sua visão, estavam cada vez mais sensíveis, sua audição era perfeita...
Numa tarde de verão, o pássaro que cantava mais alto de todos, se colocou no braço de sua cadeira e tímido ficou em silêncio...ela sem se mexer, olhou para o pequenino quase que implorando para que ele cantasse para ela...nada...nem um pio...com muito cuidado ela aumentou o som de sua música para ver a reação do bichinho...ele bateu asas e voou para o topo da árvore mais alta e lá de cima se pôs a cantar ainda mais alto que a música...
Rosalia compreendeu o que se passava...
O pássaro gostava daquela música tanto quanto ela, disputava a sua atenção com aquele violino que traziam os sonhos dela a flor da pele...
Ela sabia que ele teria que deixar aquelas tardes tão vividas com ela...sofria só de pensar na separação...
O canto do pássaro e a audição de Rosalia, eram perfeitos um para o outro...
Mas ele tinha asas, ela não...somente a imaginação...
O silêncio da aproximação era o afeto mais sentido por eles...
E os olhares que trocaram... era a própria canção...

sábado, 30 de agosto de 2008

UM SINAL

Um sinal...
...a imaginação...
...um louco pulsar nas suas veias,
do sangue correndo pelo corpo inteiro...
...jorra felicidade para o coração...
A sensação do sentimento criado pelo anonimato de sua paixão,
faz o afeto que se tem, ser depositado em suas mãos...
Um sinal...
Tão pouco e tão profundo...
Tão distante e tão perto...
Tão meu...tão seu...tão nosso.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O TOQUE

Foi assim que eles se conheceram...se olharam...sorriram...ele estava sempre por perto dela...o toque nos lábios aconteceu... ela sabia que seria escrava desse sentimento... seus sonhos...um beijo...a magia... marcou o silêncio entre eles...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O PONTO














Ele se levantou e foi direto para o banho, como era de costume...
Depois de escovar os dentes, se olhou no espelho...pensou por alguns instantes na sua vida...
Morava sozinho por opção, mesmo namorando a quase 4 anos...algo nele não sentia firmeza quando se tratava de sentimentos e relacionamentos...não tinha família, pais, irmãos, mas tinha bons amigos que eram a sua família...
Tomou um café rapidamente, num copo semi-lavado, com roupas semi-passadas.. não se preocupava muito com coisas de casa.
Saiu correndo como sempre, atrasado, corria para alcançar o ônibus, normalmente lotado...com alguns empurrões e cotoveladas, ele conseguia sentar-se no canto do último banco que ninguém gostava, mas era o seu favorito.
Naquele dia, saiu da rotina...a poltrona estava ocupada, teve que ficar em pé, não gostou muito da idéia pois o caminho era longo e ele sempre tirava um soninho...no meio de tantos braços encaixou a cabeça e assim a manteve por algum tempo...olhando para o nada, ele a vê...uma garota sentada no banco do ponto de ônibus...chorando...o transito fluiu e ele foi se afastando e olhando para ela...aquele rosto não saiu da sua cabeça por todo o dia...
No final da tarde, voltou para casa meio cansado, meio passado...desmarcou o encontro com sua namorada e foi deitar mais cedo...
Outro dia, mesma rotina e uma ansiedade...saiu correndo, entrou no ônibus e escolheu um novo lugar para sentar...era perfeito para ver a garota do ponto...quando a estação se aproximava, ele ficou aflito para ver se ela estaria novamente ali...e lá estava ela, sentada conversando com outra pessoa que aguardava a condução...desta vez ela sorria...ele sorriu também e aqueles olhos que brilharam com as lágrimas do dia anterior, brilhavam mais ainda quando ela sorria...ele não entendia que poder tinha aquele momento...era mágico...
Assim foram passando dias, meses e ele foi se apaixonando por ela que nem sabia da existência dele...
Um dia, chegou para um grande amigo e contou o que estava acontecendo, no começo não foi levado a sério, mas depois, seu amigo percebeu a ansiedade que tomava conta dele e o incentivou a descer do ônibus e falar com ela, lhe contar o que estava acontecendo...ele achou absurdo o comentário do amigo, mas pensou no assunto...
Pela manhã, antes de tomar a condução, passou em uma floricultura e comprou um grande ramalhete de flores... o problema era subir no ôbibus com o ramalhete... deu um jeito alojando as flores no meio daquela montuera de gente...seu coração disparou, deu o sinal e desceu no ponto tão desejado...olhou para o banco e ele estava vazio, olhou no relógio, pensou que estava adiantado, resolveu sentar e esperar por ela...
Ela não apareceu...
Duas horas depois deu o ramalhete a uma senhora que passava...caminhou a pé até o trabalho, ficou arrasado...o que teria acontecido? Seria ela casada? Teria se mudado? Perdeu o emprego? Estava doente? Tudo poderia ser, afinal ele não sabia nada sobre ela, apenas o que seus olhos diziam quando ele passava...
Amanheceu, mais um dia de expectativas e novamente ela não estava no ponto...dia após dia...nada, nem um sinal dela...
Passou um mês, ele chegou a ficar doente por não vê-la mais...seus amigos e sua namorada estavam achando ele muito estranho, tentavam tudo para animá-lo, ele disfarçava, sorria...mas estava muito triste por não vê-la mais...
Quando seu coração parecia estar se despedindo da imagem dela...lá estava ela novamente sentada no banco do ponto...ele berrou para o motorista parar, desceu na esquina e correu em direção a ela...parou na sua frente e pensou: o que vou dizer a ela? Estou apaixonado? Faz quase um ano que te vejo pela janela do ônibus e não sei mais viver sem você?
Então... vieram as palavras que saíram tremidas de seus lábios—A muito tempo venho querendo te conhecer... vamos tomar um café ali na padaria? Sorriu para ela...
Ela achou graça e retribuiu o sorriso...
Levantou-se, atravessaram a rua e foram tomar café...

sábado, 23 de agosto de 2008

Sopa de Letrinhas









Hoje, coloquei no "AR", este novo espaço (...), para garantir que não terei preguiça de escrever meus próprios textos. Os posts abaixo, eu trouxe do blog (cmoonlua.blogspot.com), que continuarão existindo lá também...e a partir de agora, só blogarei os textos escritos por mim, aqui.
Sejam todos bem vindos a esta "Sopa de Letrinhas"... As reticências mais do que nunca, farão parte desta fase.
:)

Um escritor, um poeta, um sonhador...

Conheceu uma pessoa que mudou completamente a vida dela...
Um escritor, um poeta, um sonhador...
Alguém especial de grande valor...
Ninguém aparece por acaso...
E vai embora por acaso...
Ela o reconheceu, olhou para ele e o viu na sua essência desde o início...
Diferente...completo...
É assim que ela o vê...
Ele a conquistou pele sua paixão... digo paixão, por tudo o que tem vida...e se manifesta pelas palavras escritas...
Em cada texto seu, lá está ele por inteiro...
Pessoa de carácter, ético, brilhante...
Ela viu isso desde o início...
Ele tem paixão no olhar e na alma...
Boa gente, esse tal poeta que escreve...
Ele nunca trocou uma palavra com ela...só olhares...
Olhares que falaram mais que mil palavras juntas...
Ela sabe que sua vida ficou marcada para sempre...
Ele se foi, mas seus textos estarão sempre espalhados por aí...
Ele tem o mundo para ganhar...
Ela terá motivos mais do que nunca, de acompanhar o seus textos...
Provavelmente, ele nunca saberá o quanto ela o admira...
O tamanho do seu valor para ela...
A dor da saudade vai bater...
Mas quando isso acontecer, ela terá mais um texto do poeta...
E com lágrimas no rosto...
Ela deseja ao poeta que ele continue brilhando como escritor...
Mas que nunca deixe os seus próprios textos de lado...
É sua alma...
Faz parte dela agora...
Ele o poeta, que só trouxe alegria para os dias dela...
Ela sorri, meio sorriso e percebe...
O poeta fez toda a diferença!

O PAPEL









Começou a escrever...fazia isso quase todos os dias, mesmo sem tempo ela se colocava na frente do papel...
Tinha uma vida muito agitada, corria contra o tempo... mas o tempo lhe favorecia quando se tratava de escrever...
Depois de meses passados, os textos em que ela mergulhava se tornaram o ar que respirava...
Em suas leituras noturnas, ela conheceu o poeta, aquele que mudou completamente a sua vida...ela tinha uma admiração que não conseguia expressar em palavras...
Passou a escrever mais e mais...quando tinha oportunidade de ver textos novos do poeta, ela mergulhava em sonhos sem fim...
Um dia, sonhou até ser absorvida quase por completa...e na mesa de um bar com alguns amigos, o acaso se manifesta... ela vê o poeta rondando a sua mente... naquele momento, ela percebeu...nem um olá...nem um adeus...um silêncio assustador que eles criaram...sem perceber.
Saiu do bar caminhando a passos largos e rápidos, lágrimas começaram a cair no seu rosto sem que ela pudesse controlar...chorou...se culpou pelo silêncio, pelas suas incertezas e pela distância desenfreada que mantinha...que poder tinha seus sonhos para sugar tanto esta sua alegria..? Por que nenhuma palavra falada somente as escritas?
Quando se acalmou...
...pegou o papel e a caneta...
...com os olhos inchados, sentou-se em frente a janela de sua casa e colocou os pés no chão.

O bebado e o equilibrista




O farol fechou, ela reduziu a velocidade até parar. Olhou para frente e viu um homem com três crianças pequenas atravessando a rua.
Ele, o suposto pai, atrapalhado que só vendo, não conseguia dominar os três picolinos...o mais velho tinha uns seis anos, o do meio uns quatro e o BB uns dois aninhos... este safadinho, correu pela calçada fugindo e rindo ...o pai, cambaleando, pegou firme na sua mão, esbravejou um pouco e lá foram os quatro atravessando a rua.
Quando chegou na esquina, ele fez uma parada e olhou para dentro do bar a sua direita, fixou seus olhos em dois fulanos que estavam no balcão perto do caixa encharcados de cerveja... "ás 10:00 hrs., de uma manhã cinzenta"...
Seu rosto chamou a atenção dela...o sorriso que ele carregava na face virou seriedade e tristeza...seus olhos vermelhos e esbugalhados, olhos de quem bebe muito, ficaram ali parados...as crianças impacientes não entendiam o que estava acontecendo...
Ela pensou que ele entraria naquele bar e se juntaria aos pobres que estavam lá caindo pela tangente... mas para a sua surpresa, ele tomou os passos firmes e foi subindo a ladeira... cambaleando e sorrindo para os picolinos que brincavam ao seu redor...
O farol abriu, ela virou para a esquerda e seguiu em frente...percebeu a fraqueza aparente sendo superada pela decisão acertada... "por um minuto ele pensou nos picolinos" ...e fez toda a diferença...
Com os olhos cheios d'água, ela sorriu...