sábado, 20 de maio de 2017

Da série: cartas de amor...38

Cartas de Carmelita a seu amado...(releitura)
  
Caro senhor Francisco,

É com muito pesar que lhe escrevo!
Quando abri esta carta tinha a certeza da reparação.
Infelizmente trago-lhe notícias não dignas a suas palavras tão reais e delicadas. A cerca de duas semanas, quando a Senhorita Carmelita terminou de ler a carta que enviou, num leve sorriso baixou sua face e lá permaneceu. Faleceu de uma doença conhecida somente pelos amantes, que a deixou muito fraca e sem imunidades. Essa infeliz doença chama-se Amor...
Sim, morreu por amor e deste amor que cultivou pelo senhor durante muitos anos até o final de seus dias.
Suas últimas palavras foram:

" Meu amado Francisco, se algum dia tiver a felicidade de me encontrar saberá , e por certo sabe, que meu coração e minha alma sempre te pertenceram, sou a mulher mais feliz deste mundo, que nos separou pelo acaso. Se não nos encontrarmos ainda em vida, quero que saiba sobre a minha gratidão por amar-te tanto. Sempre penso na minha felicidade junto a tua. Sejamos felizes finalmente! Amo-te e sempre te amarei!"                                                       Da sua amada Carmelita.


                                             Fim

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Estranhamento

A palavra, "estranhamento".
Pois bem, quando duas almas se "olham" o inevitável acontece!
Quando duas almas se "enxergam" o amor acontece!
Lá estava ela, no mesmo contexto, calada na sua paixão desenfreada.
Lá estava ele, em plena juventude de quem ama com a convicção das suas paixões.
Tudo começou pela empatia sem que pudessem perceber.
Estavam eles em um movimento crescente de convivência. 
Uma admiração e respeito iam tecendo seus momentos. 
Suas conversas, os enchiam de graça e de contentamento.
As músicas que ouviam faziam bem para ambos.
Criatividade não lhes faltavam e conseguiam dominar o silêncio que os cercavam na intimidade... 
Seria possível? 
Talvez...
Quem sabe... 
Dentro de uma loucura imaginária de desejos, os movimentos acabaram criando uma intensidade fora de controle, causando um certo constrangimento entre eles e uma suposta paixão desnivelada e arrebatadora assumia com poder a direção de seus pensamentos. 
Porém, os pés no chão de ambos "calavam", quaisquer evento mal sucedido. 
Eram firmes e pareciam completamente alienados aos seus propósitos íntimos... 
Parecidos mais do que poderiam imaginar, mas suas diferenças emocionais sobressaiam no silêncio das palavras não ditas. 
Estranhamento... 
Não era para ser paixão, nem corações partidos. 
Não era para ser um provável amor.
Caminhavam, apenas caminhavam juntos.
Driblando suas incertezas. 
Gostavam da proximidade, como gostavam... 
Se aproximavam!
Se deram uma chance e nem se deram conta disso. 
O amor sem compromisso entrelaçava seus corações, garantindo a permanência que ficaria.