Final de Tarde

Admiro a habilidade dos poetas ao falarem sobre o amor. No capítulo "0 que é que amo quando te amo?", um dos contos de Rubem Alves, existem vários poetas que traduzem o amor de forma tão brilhante e simples. Sensacional passar uma tarde ao lado desses poetas com pontos de vista tão intrigantes sobre o mesmo tema.

Tempo da Delicadeza...

Tudo tem seu tempo. Hoje é o tempo da delicadeza.

Nas margens do céu azul, avisto montanhas que desenham longos perfis de ontem...de longe, dormem profundos sonhos adormecidas...

E na mistura dos tons, se perdem o canto dos pássaros.

Gosto de Vida...

Lá estava ele na prateleira da revistaria na praça da cidade... Lá estava eu, sentada no banco da praça arborizada com o sol se pondo, lendo o Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles. Pensei... que gosto tem isso? Gosto de vida...

OLHARES (2)

Existe um olhar tão conhecido
Tão íntimo...
Um olhar que diz o que sente
Um olhar que muda conforme o tempo
Um olhar que procura outro olhar
Um olhar que caminha pelas canções
Um olhar que diz olá
Um olhar que fica distante
Um olhar que se aproxima
Um olhar que se descobre todos os dias
Um olhar desgarrado, sem paradeiro
Um olhar que gostaria de ver
Um olhar que não consegue esquecer...

PRA VOCÊ

—Você está ouvindo essa canção?
—Coloquei pra você
—Suave, quase um conto de fadas...
—Mas você faz parte de um conto de fadas
—É assim que você me vê?
—Apenas sorria para mim...
—Eu faço isso todos os dias
—Então faça agora
—Está bem assim...?
—Seu sorriso faz com que seus olhos brilhem...
—Eles brilham porque te vejo
—É isso que me faz cair ao seus pés
—E é por isso que eu estou aqui
—Para que eu caia a seus pés?
—Não, para sorrir pra você...