segunda-feira, 29 de setembro de 2008

PELAS FRESTAS








Fragmentos de uma ilusão que vem e que vai...
Minha vontade é de olhar
a sua pessoa, que me leva até você...
Não sabe...
Desconhece!
Doce ilusão que corre e percorre,
meus sentidos...

Minha alma é errante,
meus desejos também...
Mas como são seus e de mais ninguém...
serão os meus também...

Estarei condenada a olhar para sempre
entre as frestas...
E lá, o verei como ninguém...
Sua alma....de olhos grandes e negros...

Levo comigo as sombras da noite,
minguada pela lua...
Levo a luz do dia que é sua...
e deixo que ela me ilumine...

sábado, 27 de setembro de 2008

FATO

Ela não entende!
Quem entende?
Você se foi...
e continua tão presente...
Quando pensa que acabou...
tudo é recomeço...
ela deixa...
ala vai...
e depois volta atrás...
ela se perde...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Dia e Noite, Noite e Dia












Tens um calor intenso,
que me faz brilhar...
És o dia, és a luz...
Eu sou a noite refletida,
brilhando no céu
da sua face...

Quando a tardinha chegar,
sei que estará por lá...
me aquecendo,
me adorando...
e eu não o verei...
pela magia do encontro,
dia e noite, noite e dia...

E quando o dia chegar,
irei partir para você voltar
e brilhará como nunca,
desejando me encontrar...

Eu sei quem você é
e sabes quem eu sou...
Dia e noite, noite e dia...
Sempre serás o sol
e eu sempre serei a lua...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

NA CONTRAMÃO










Ele pegou o violão e a mochila... de calça jeans, jaqueta de couro e chinelo...entrou num ônibus de viagem partindo para o desconhecido...
A sede de ganhar o mundo fez ele esquecer de tudo e de todos...
O tempo passou, agora ele é homem feito e voltou...
A casa que ele morava não existia mais, no local construíram um enorme prédio, que por ironia do destino, levava o nome de sua família...sentou-se na calçada e ficou admirando o nome do edifício...lembrou de suas histórias naquele local... respirou fundo... viu que a vida passou...
Para onde foram todos? Aqueles rostos? Seus pais, irmãos, parentes e amigos? Todos aqueles que um dia fizeram parte dele, onde estavam todos...?
Com um nó na garganta....levantou-se atordoado...passou a mão pela cabeça, colocou seus óculos escuros, pegou a mochila, acenou para o ônibus e retornou pela contramão...

domingo, 21 de setembro de 2008

PORTAS e JANELAS














Eu costumava olhar...
Você também...
Agora não vejo nada...
As portas abertas se fecham...
Mas ainda alcanço as janelas...
E elas me trazem você...
Você passa e não me vê...
Mas eu vejo você...
Então você sorri para mim...
Me deixa a vontade...
Me diz para eu entrar e eu vou...
As portas se abrem...
Me diz para eu ficar e eu fico...
Não quero mais voltar...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

OLHAR











Olhar...
Olhar sem direção,
que vagueia...
Me deixa ser...
Apenas serei...
E quando alguém passar,
vai sorrir...
Vai deixar lembranças por aqui e por aí...
E poderei eu chorar de tanto olhar...
E se disser que feriu, eu vou mentir...
Prefiro sorrir...
Vai achar que está bem assim...

Quem pensa que tudo é retorno se engana...
O retorno é se dar...
Apenas amar...
Aquele que tem medo de ser amado,
por vergonha, por medo, por retribuir...
Seja lá como for...
Vai enxergar quando alguém passar e sorrir...
Afinal, será da mais pura qualidade de ser...
Aquele que passar...

Ser...apenas ser de sentir...
Vai deixar sem medo algum...
Ser amado pelo olhar...
E virá correndo encher os olhos de sorrir...

Serei eu, a vigia dos meus olhos...
Serei eu, que vou te ver passar...
Talvez, serei eu a passar sempre por lá...
E simplesmente olhar...
Sem medo de me deixar amar...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

POR ONDE ANDAS?








Para onde foram todas as letras...
Para onde foi a minha visão, meus sentidos...
Não negue, a palavra escrita...
São para todos os olhares...
A dor de não ver é triste...
Se o silêncio dói e corroe...
Pior ainda é negar a palavra que traduz a poesia...
Aquela que toca a alma...
Poesia se faz de várias faces...
A minha face é a escrita do poeta...
O choro de minha alma que não o vê...

domingo, 14 de setembro de 2008

O LIVRO











Parou o carro e olhou ao redor, o cheiro de grama molhada entrava pelas suas narinas refrescando seus pulmões...o verde intenso das árvores e dos pinheiros de várias espécies desenhavam o cenário para ela...
Desceu do carro, a direita ficava a recepção da pousada que serviria de refugio para os seus textos...
Lá estava dona Lucinda, proprietária daquela maravilha...sorriso nos lábios, cabelos ruivos, estatura mediana e curvas bem arredondadas...pessoa bem humorada e generosa...
Dona Lucinda a tratou como se já a conhece-se de longa data...
—Querida, seja bem vinda, temos algumas cabanas desocupadas, pode escolher onde quer ficar...
— Sim, claro, vou dar uma volta para ver o local...
Caminhou acompanhada por um rapaz, ágil e bem falador... Nuno era seu apelido, fez ela entrar em todas as cabanas e dava detalhes do lugar que dizia respeito a ela... achou estranho a tal afinidade entre eles e prosseguiu...ela tinha a sensação que as pessoas já a conheciam...avistou uma cabana perto do riacho onde a varanda dava para uma corredeira que atravessava a fazenda...
— Perfeito Nuno, ficarei aqui!
E lá foram eles buscar a bagagem...
Depois de arrumar todas as suas coisas, sentou-se na varanda e fez um reconhecimento do local que ficaria por um bom tempo...pelo menos o tempo necessário para ter a história do seu novo livro...toda vez que ela iniciava uma história, mau começava, jogava o arquivo fora... achava que não teria repercussão, as histórias eram pouco comerciais, exatamente o que a editora para quem trabalhava não queria...era difícil para ela entrar neste mundo literário... então por onde começar?
Passaram alguns dias e nenhuma inspiração...nenhum texto...
Numa manhã cinzenta e muito fria, ela levanta da cama.. tremendo, liga o chuveiro deixando o banheiro completamente nublado e quente...tomou seu banho reconfortante, colocou um roupão e foi para a janela...não conseguia enxergar quase nada, apenas alguns poucos galhos dos pinheiros que ficavam em torno de sua cabana...se agasalhou e saiu para a varanda úmida e lá sentou-se com uma xícara de chá bem quente...pensou sobre sua vida e fez uma análise daquele momento tão íntimo com ela mesma...
Seus olhos perceberam a presença de um estranho...homem alto, claro, aparentando meia idade...
— Bom dia, disse ele com um cachecol cobrindo parcialmente o rosto.
— Olá, você também está hospedado aqui na pousada?
— Não, eu moro aqui a muitos anos...veio conhecer a nossa cidade serrana?
— Também, mas vim a trabalho...aceita uma xícara de chá?
— Não obrigado, na verdade eu preciso falar com você...
— Pois não...achou meio estranho e continuou...sobre o que quer falar?
— Sobre nós, disse ele com uma voz firme...
— Sobre nós? Como assim?
— Você é exatamente como nos meus sonhos, talvez um pouco mais solitária...
— Ok, acho melhor continuarmos esta conversa num outro momento, agora vou precisar trabalhar...desconfiada, não queria mais nenhuma conversa com aquele sujeito...
Ele sorriu um sorriso misterioso e se retirou...
—Passar bem...disse ele, como se prevê-se o seu desconforto.
Aquele diálogo deixou-a transtornada, se recolheu para dentro da cabana, deitou-se um pouco na cama e adormeceu...
Mergulhou num sono profundo até atingir o estado dos sonhos...(ela se via como uma criança, de vestido branco e cabelos compridos presos por uma fita branca...andava por perto de uma corredeira, escorregou e cortou sua mão em uma pedra...neste momento aparece um garotinho de bermuda azul e camiseta branca...ele se aproxima e com a ponta de sua camiseta ele limpa o sangue de sua mão)...assustada, ela desperta olha para os lados e respira fundo...
Era ela no sonho, um sonho que a muito tempo não tinha... um sonho que mexia com seus sentimentos mais profundos...
Relacionou o sonho com o homem que falou com ela a pouco...
Levantou-se e foi atrás do sujeito para tentar entender o que ele queria dizer...
Ele estava sentado em um banco perto da corredeira...
— Olá, pensei bem e gostaria que continua-se o que estava tentando falar para mim...
— Sente-se, não precisa ter medo eu não mordo...
— Você não acha que é atrevido para falar com alguém que mau conhece?
— Mas eu conheço você muito bem...
— De onde? Nunca vi seu rosto antes...
— Eu sou o garoto dos seus sonhos...
Ela levantou-se completamente assustada...
— Como sabe sobre o garoto do meu sonho? Quem é você?
— Sou o seu destino...você me pertence!
Se recuando para trás, na tentativa de se livrar daquele lunático procura alguma explicação para o que estava acontecendo...
— Não sei quem você é e não quero mais ouvir conversa fiada...seja claro!
— Por que você tem medo de mim? Eu vim para levá-la comigo, estou fazendo o que você me pediu estes anos todos...
— Eu não pedi nada...se afastando, rapidamente...ela cai na corredeira...
— Socorro, por favor eu não sei nadar, me ajude...
Ela olha para os lados apavorada...não vê mais o homem e sim o garoto dos seus sonhos...ele se aproxima, estende a mão para ela e a retira da água...atordoada, confusa...vê que o garoto também tinha desaparecido...
Nunca entendeu o que aconteceu naquele dia...
Um ano depois, lançou seu livro " O garoto dos meus sonhos"...que foi reconhecido por vários autores famosos e fez um grande sucesso em vendas.
Nunca mais ninguém soube nada sobre ela...

sábado, 13 de setembro de 2008

FÓRMULA (vazio)








O vazio é a determinante de uma situação da procura sem encontro...
A soma de tudo o que você imagina que viveu...
Multiplicado de sonhos e fantasias...
Elevado ao querer da saudade...
Ao cubo da falta que faz...
Igual ao que ninguém pode explicar.

V(azio) + V(iver) x S(onhos)2 = E(xplicar)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

IR

Ir adiante...
Ir além...
ser intensa e verdadeira...
A alegria que contagia,
tanto eu quanto você...
E começa o dia...
E dar sentido a vida...
A poesia e ao poeta...
Sentir o conforto de um sorriso,
de um abraço,
com palavras...
com respeito...
com silêncio...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

PAIXÃO










Ela já mais pensou que pudesse amá-lo tão intensamente, muito menos que ele corresponderia aquela paixão com a mesma intensidade...
Saiu correndo pelo quintal, subiu a ladeira, fugiu dele e de seus sentimentos...estava apaixonada pelo marido de sua prima.
O casal ia todos os dias visitar a sua mãe que estava de cama, sempre no mesmo horário, às 17:00 horas.
Ela já não suportava mais a tortura diária de vê-lo, sabia que era algo impossível...seus sonhos...aquele sentimento tão doloroso...
Subiu o morro mais alto da região e sentou-se no gramado...ficou olhando a cidade lá de cima, esperando o momento que eles fossem embora para ela retornar a sua casa...
Sozinha...completamente só...o silêncio absoluto...somente os cantos dos pássaros...minutos depois...um novo som surge...eram passos...se virou rapidamente com um certo medo...quem seria?
Era ele...pensou ofegante...
Como assim? O que ele estaria fazendo ali no seu refugio? Aquele homem que roubava suas noites de sono...sua tranquilidade...
Por um momento achou que estivesse delirando...
Ele chegou bem perto dela... encostou os dedos nos seus lábios... e finalmente seus lábios tocaram os dela...
Ela estava paralizada, com medo, em pânico...respirou fundo e perdeu os sentidos...
Ele carregou ela até sua casa e sem dar explicações, colocou-á no sofá da sala...
Uma correria começou na casa para tentar socorre-lá...
Despertou...meio confusa, vê o rosto dele e compreende que algo havia mudado entre eles...ela já não estava mais só naquela paixão que apertava seu peito...
E sem um adeus...ele chamou sua esposa e se dirigiram para a porta da rua...na porta, ele olha para ela...e com lágrimas escorrendo pelo rosto, sorri o sorriso mais lindo que ela já tinha visto...
No fundo do seu coração...ela sabia que depois daquele dia, nunca mais o veria novamente...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ó pedaço de mim...

Ó pedaço de mim...
Que não se retira e invade a noite que é sua...
A noite que é minha e me derruba no dia...
Ó pedaço de mim...
Dorme e descança na procura sem fim...
Eu não sei onde encontrar...
Ó pedaço de mim...

sábado, 6 de setembro de 2008

Eu só quero cantar pra você










Era pra ser só um texto... mas virou uma canção...
Agora só falta produzir e fazer a melodia...ai que difícil!!!

Abra sua porta e ouça a minha canção...
A letra é simples, tudo bem...
Eu só quero cantar pra você...

Antes eu olhava e sabia que você estava lá...
Agora o som se dispersa no meu jardim secreto...
E você se foi para dias melhores...
Dias melhores pra você e pra mim...

A distância aumenta o volume...
Ficamos perto demais...
Eu sempre soube e você também...
Você não sabe ficar...
Eu também não sei...

A canção tocou triste desta vez...
E todos acordaram para ver...
A letra é simples e lá está você...
E você me vê...
Do jeito que você imaginava...
A canção tocou seu coração...
E você me vê...

Diz que quer dançar...
Mas eu não sei dançar...
Eu só sei cantar pra você...

Sem melodia, a gente espera...
Ela virá mais cedo ou mais tarde...
A letra diz que você sabe a melodia...
Então cante esta canção...

Eu só quero cantar pra você...
E você se foi para dias melhores...
E você se foi para dias melhores...
E você me vê...
Do jeito que você imaginava...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

SABIA...

Sabia tudo sobre ele...
Só não sabia, que não sabia, nada sobre ela mesma...
E continuou...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Flutuou...












Flutuou na sua tempestade
até que surgiu o sol...
Aquecendo seu coração e seus pulmões...
Intenso, profundo...
Respirou...
O vento soprou...
Se deixou levar...
Se deixou cantar..

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O tempo passou...










Ela não sabe o por quê...
O tempo passou...
Sua paixão aumentou...
O dia acabou...
O poeta se foi...
A noite se foi...
A sua dor...
A sua lógica...
O seu amor...
Todos partiram...
Menos seus sonhos...
Menos a saudade...
Menos a esperança...
Seu encanto lhe encorajava...
A seguir...
A sorrir...
A dizer olá...
Quem sabe amanhã...

Olhos de jabuticaba

Para o poeta que nunca vai saber que ganhou um poema…

[este poeminha tímido, de minha autoria, foi publicado no blog cmoonlua.blogspot.com]

Dia desses, eu vivi uma cena inesquecível
Vai ficar em minha retina para sempre
Os olhos, o sorriso, a seriedade e a simpatia do seu rosto.
Tão autêntico!
Espontâneo, sincero, da vontade de olhar para sempre...os olhos de jabuticaba
Olhar que penetra o coração adormecido
Me faz lembrar tanto…o desejo de vivenciar o tempo perdido…pelo olhar dos olhos de jabuticaba
Um olhar que mistura a infância com a maturidade
Somos menos exigentes e mais abertos aos sentimentos
Chegou e ocupou todos os espaços…aqueles olhos de jabuticaba
Quanta emoção!
Emoção…você me faz sentir!
Só você pode me emocionar como você faz
Olhos de jabuticaba, sorriso largo e gostoso de se ouvir, me solicita um afago e um agrado.
Que emoção…impossível conter as lágrimas, quando olho… nos olhos de jabuticaba.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Senti, o meu sentir...

O meu sentir me leva até você...
E você está lá...
Chego tão perto...que fujo de mim...
Só para te colocar, assim... por inteiro!
Nas entrelinhas do meu ser...
Ser eu...
E você...