domingo, 11 de julho de 2010

O PONTO (2)

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— Senta aqui?
— O que tanto você olha?
— Mire aquele ponto bem no horizonte, tá vendo?
— É apenas um ponto
— Isso é o que você acha, não sabemos...
— O que você acha que é?
— Eu diria que é o início de tudo...
— Ok... e se for o início de tudo...?
— Se for o início... pode ser o fim deste momento, não lembraremos de nada...
— E se for o fim de tudo?
— Eu diria que se for o fim, levaremos para sempre este momento...
— Você é sempre tão assim...?
— Assim como?
— Esse seu jeitinho de falar das coisas...
— Mas é o que eu acho de fato...
— Antes de sermos sugados por este ponto, devemos aproveitar este momento, não acha?
— Acho sim! Mas amanhã...amanhã será um novo dia e o ponto não estará mais no horizonte...
— Haverão outros pontos... novos momentos... outros horizontes...
— Você é sempre gentil e doce...eu gostaria de dizer algo que não falei ainda pra você...
— Fala, estou ouvindo?
— Você faz valer a pena cada segundo, cada minuto!
— Ora, isso eu já sabia...encabulado sorriu...
— Não, você nunca soube de fato...

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