quinta-feira, 30 de outubro de 2008
ABISMO
Enquanto todos caminhavam em direção ao abismo...
Ela se culpava por amar tanto...
Sabia que ainda era a única a não saltar...
Seus pés estavam cravados na rocha dos seus sonhos...
Tudo desmoronava, tudo, tudo, tudo a sua volta...
Só o amor continuava intacto...
Ele a mantinha presa na sua rocha...
Nunca pediu nada...
Nunca falou nada...
Somente sentia cada momento como se fosse único...
O abismo levou um a um...todos se foram...
Menos ela que acabou solitária naquele penhasco...
Ela e seu triste sonho...
Ela e a sua loucura...
Ela e sua desventura...
O vento batia em sua face...
As lágrimas caiam dos seus olhos que mal piscavam...
Gotas escorriam pelo seu corpo anunciando o fim...
Gotas molhavam a sua face adormecida na ilusão, da ilusão...
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
domingo, 26 de outubro de 2008
sábado, 18 de outubro de 2008
VITRINE
Alguém que vi de passagem...
tinha faces da beleza desconhecida...
beleza de vida...
beleza de ser e de se reconhecer...
Apesar das muitas faces, eu só via uma...
Aqueles olhos que me olhavam...
que passavam por mim...
era ele...
o modelo da vitrine intocável, desejável e amado...
Resolvi oferecer meus olhos como espelho de sua face...
no meu verso, depois de passar...
você estará sempre lá...
mesmo que no reflexo do seu olhar...
lá... eu não estiver mais...
Aqueles olhos, diziam mais de mim do que pensei...
pelo ângulo...
o olhar...
e me deixei levar...
Reflexo de minha existência...
que preservo...
e sempre estará...
no verso do meu olhar...
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008
NuvENs
Afundou os pés...
Era macio e refrescante...
Fazia frio...
Ela não se importava...
já compartilhava daquele momento...
E com o frio inevitável,
Se fez amiga do inevitável...
Olhou para os seus pés, estavam eles,
cobertos por uma substância
macia, branca...azulada...
Sabia que era alto demais seu paradeiro...
Talvez, nunca mais saísse dali...
Talvez, fosse apenas um sonho de algodão...
Talvez, fossem nuvens de verdade...
Talvez... quem sabe?
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Amanhã e Depois
O meu "ver" será hoje e sempre...
sem jamais cansar...
E diria até amanhã...
e depois de amanhã...
e depois, de depois de amanhã...
sem jamais cansar...
E diria até amanhã...
e depois de amanhã...
e depois, de depois de amanhã...
domingo, 12 de outubro de 2008
DESTINOS CRUZADOS
Se ninguém tivesse medo...
Ela não tinha medo, nem dos seus próprios fantasmas...
Desceu do carro, o abandonou em plena Avenida,
subiu no primeiro ônibus que passava...
olhou para todos que lá estavam,
sorriu...e ganhou alguns sorrisos também...
O ônibus parou, ela desceu...
Viu moradores de rua sentados na calçada do viaduto,
crianças brincavam...
foi até lá, sorriu para eles e ganhou sorrisos também...
Sentiu-se tão bem...
jamais tinha sentido aquilo na sua alma...
não tinha mais tempo a perder...
sentou-se ao lado deles e começou a falar...
Descobriu então... o seu destino ali...
Nunca mais retornou a sua vida...
não pensou em mais nada, apenas sorriu...
Nunca mais deixou de sentir e caminhar,
apenas seguiu...
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
LONGE
Não foi por mau...
ela só queria caminhar e respirar ar puro
e se atolou na lama...
Não tinha a intenção...
ela já não queria entender mais nada,
estava cansada...
Perdas...
Despedidas...
Preferia a solidão do seu silêncio...
O que dificultava tudo,
era o amor que estava lá...
bem dentro dela...
e explodia com a respiração ofegante...
Ela abafava e disfarçava...
Não foi por mau...
O seu silêncio trouxe a saudade...
o dia cinza e úmido...
e o amor que mal cabia nela...
Ela levantou-se da cadeira,
com os passos firmes...
olhou para o nada...
Andou, partiu, sumiu...
domingo, 5 de outubro de 2008
Olhos Negros
Naquele dia ela soube,
que se aqueles grandes olhos negros
olhassem dentro dos seus,
estaria condenada para sempre a tal felicidade do amor...
Quando se ama... simplesmente ama...
O silêncio ecoa o amor noite a dentro...
e a solidão acompanhada das lembranças,
vai ao encontro daqueles grandes olhos negros...
que se aqueles grandes olhos negros
olhassem dentro dos seus,
estaria condenada para sempre a tal felicidade do amor...
Quando se ama... simplesmente ama...
O silêncio ecoa o amor noite a dentro...
e a solidão acompanhada das lembranças,
vai ao encontro daqueles grandes olhos negros...
sábado, 4 de outubro de 2008
PRIMAVERA
Minha imaginação corre solta entre troncos de árvores...
Árvores secas de inverno...
Aos poucos, o colorido vai surgindo....
É primavera...
Branca, azuis , amarelas...
laranjas, lilás, vermelhas...
Caminho sem contar os passos e não olho para trás...
Infinito verde que me enche os pulmões,
Avisa que estou passando...
Indo...
Sumindo...
Me achando...
Infinitos são os troncos que vejo pela frente...
Gotas das folhas verdes,
caem sobre meus ombros...
Ninguém por perto...
Só eu e a multidão de árvores...
e suas raízes me prendem ali para sempre...
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